Estudantes da rede estadual anunciam novas paralisações por mais professores

Estudantes da rede estadual anunciam novas paralisações por mais professores

Publicada: 28/04/2009

________________________________________________________________________________________________________________________

 

 

 

Tribuna da Bahia – 28/04/2009

 

Lilian Machado

 

Estudantes da rede estadual de ensino prometem paralisar as aulas e fazer novas manifestações esta semana em frente à Secretaria Estadual de Educação, no CAB. Com os dias letivos incompletos por falta de professores, eles reivindicam melhoria na qualidade de ensino e uma solução da secretaria para organização no quadro de docentes.

 

Segundo estimativas da APLB-Sindicato, o déficit é de dez mil professores em todo o Estado, sendo que nos municípios do interior a situação é ainda mais grave. Em algumas escolas chegam a faltar cadeiras para os alunos sentarem, em outras goteiras prejudicam a estrutura da sala de aula. Estudantes dos colégios estaduais da capital baiana, como o Thales de Azevedo, Odorico Tavares, Manoel Novaes e Senhor do Bonfim vão se reunir entre hoje e amanhã para definirem um protesto na quarta-feira.

 

Os estudantes pretendem levar ao secretário de Educação Adeum Sauer, documentos e fotos mostrando a situação de alguns colégios como o Thales de Azevedo, no Costa Azul. Segundo eles, o prédio está com deficiências físicas, apresentando infiltrações e com a chuva muitas goteiras. Além disso, a falta de professores tem prejudicado o ano letivo da instituição. Os estudantes vão para o colégio e não têm todas as cinco aulas necessárias no dia porque algumas disciplinas ainda não têm professor para ensiná-las.

 

Os manifestos começaram há cerca de um mês, através de ações independentes de estudantes de variadas escolas com o apoio de integrantes da Associação Baiana de Estudantes Secundaristas (Abes) e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes). Eles resolveram denunciar a situação, que se configura como caótica. Conforme Alan Valadares, da Abes, as instituições querem garantias de que haverá mudanças. “Pois nessa situação não podemos ficar. O aluno vai para escola e tem apenas duas aulas porque não tem professor”, reclama.

 

Um dos momentos mais críticos da educação pública na Bahia. Dessa forma as categorias de professores e alunos definem a situação do ensino no Estado. Na última sexta-feira, integrantes da Abes participaram do ato da APLB na Praça da Piedade, onde os professores pediram a implantação do piso salarial – aprovado pelo presidente Lula, mas ainda sem cumprimento.

 

De acordo com o presidente da APLB, Rui Oliveira, é uma das maiores fases de crise na educação baiana. “Sempre faltou professor, mas a quantidade que está faltando atualmente é absurda. Já estamos na segunda unidade e isso não for resolvido até maio, certamente o ano letivo terá problemas”, se queixa.

O déficit foi uma das reivindicações exploradas no manifesto – ocorrido no Dia Nacional de Luta.

 

“Esperamos que o Ministério Público exija do governo, o cumprimento do ano letivo e, a gestão estadual tenha pulso para resolver a questão que tem nos preocupado bastante”, enfatiza Rui.

Você pode gostar de ler também: