Manifestação abre agenda de luta da paralisação nacional dos professores

Manifestação abre agenda de luta da paralisação nacional dos professores

 

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APLB-Sindicato estabeleceu uma agenda intensa de atividades na capital e interior do estado, em adesão à Greve Nacional da Educação, convocada pela CNTE. Nesta terça-feira (23), abrindo a programação da 14ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, realizada nos dias 23, 24 e 25 de abril, professores da rede municipal ocuparam a Praça da Sé erguendo bandeiras de luta.

A atividade estava agendada para acontecer na Praça Municipal, mas os professores foram surpreendidos com a interdição do local, que amanheceu cercado por grades e guarnecido por forte aparato de segurança.

O ato foi transferido para a Praça da Cruz Caída (Praça da Sé), onde foram armados toldos, instaladas faixas e cavaletes e realizadas diversas atividades,  com entrega de camisas, distribuição de lanches e apitaço. Durante o ato, houve a distribuição de um  manifesto dos educadores municipais à população e outro aos gestores municipais, Ministério Público, Conselho Municipal de Educação e imprensa reafirmando o atendimento às reivindicações da categoria sobre reajuste, plano de saúde, condições de trabalho, mais verbas para educação, e outros pontos.

Abaixo-assinado – Durante a manifestação, os participantes e a população em geral assinaram um abaixo-assinado em defesa da educação, que sera entregue ao prefeito, pedindo providências com relação ao mau estado físico das escolas, falta de professores e coordenadores, segurança e merenda escolar, entre outros problemas.

“É preciso vontade política da gestão municipal para que a educação seja priorizada. Além disso, Temos que garantir mais financiamento, por isso cobramos 10% do PIB e 100% dos royalties do petróleo para a educação”, defendeu a diretora Elza Melo

Diretores do Sindicato e professores presentes fizeram pronunciamentos denunciando as péssimas condições físicas das escolas, a falta de professores e coordenadores pedagógicos e o descaso da gestão municipal para com o setor.

 “Grande parte de nossas escolas estão sucateadas, muitas delas sem funcionar por falta de condições físicas. Faltam professores e coordenadores, falta merenda para os alunos e até mesmo água para beber, enquanto isso o prefeito repassou mais de R$ 12 milhões para o Instituto Alfa e Beto”, denunciou o diretora Jacilene Nascimento.

Os pontos mais destacados pelos manifestantes foi a cobrança quanto ao funcionamento pleno das escolas, a denúncia com relação à falta de merenda para os alunos e a necessidade de convocação e nomeação dos professores e coordenadores concursados. O ato político teve a participação de repentistas e de uma animada bandinha.

Dando seguimento, à manifestação, os participantes realizaram uma caminhada pelas ruas do Centro Histórico, com parada na Prefeitura, onde uma comissão de representantes, formada por diretores da APLB-Sindicato e as professoras Ana Lídia e Daniele, esta última representando o movimento dos professores concursados, fez a entrega do Manifesto dos Educadores ao secretário de relações institucionais, Pedro Godinho, representando o prefeito. Dali os manifestantes seguiram para a Câmara Municipal, para fazer a entrega do manifesto ao presidente da Câmara e à  Comisão de Educação, através do vereador Hilton Coelho (Psol), membro da Comissão de Educação, que aproveitou e saudou os manifestantes.

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A greve nacional defende as seguintes bandeiras de luta:

   – 100% dos royalties do petróleo para a educação
– Piso Salarial Profissional Nacional
– Carreira
–  Redução da Jornada
–  10% do PIB para Educação
–  PNE Já
–   Convenção 151 da OIT

   – Profissionalização dos funcionários da educação

Em Salvador, a APLB-Sindicato definiu a seguinte programação:

  • Dia 23/4, Terça-feira, 9 horas – Manifestação da Rede Municipal, com diversas atividades – Praça Municipal

  • Dia 24/4, quarta-feira, 9 horas – Aniversário da APLB-Sindicato (61 anos) – Ato comemorativo com mobilização da Rede Estadual – Praça da Piedade

  • Dia 25/4, quinta-feira, 9 horas – Debate sobre Carreira e Gestão – Auditório da APLB-Sindicato

    Veja a íntegra dos manifestos dos educadores entregues durante a manifestação do dia 23 de abril:

    MANIFESTO DOS EDUCADORES DO MUNICIPIO DO SALVADOR

     “A Educação é arte, cuja prática necessita ser aperfeiçoada por várias gerações.” (Kant)

    Apesar do investimento na educação ter obtido um efetivo crescimento nos últimos anos, as evidências mostram que estamos longe de atingir o patamar desejável para a elevação da qualidade da educação pública. Exemplo disso é o fato de que o índice do analfabetismo permanece alto, considerando que 10% da população em idade de 15 anos ou mais não sabe ler ou escrever. Essa realidade coloca o Brasil em penúltimo lugar no desempenho educacional, ficando apenas à frente da Indonésia.

    Em todos os cantos desse Brasil, o retrato é o mesmo: os baixos salários obrigam os profissionais da educação a buscarem dupla e tripla jornada, o que ocasiona uma sobrecarga de trabalho e, consequentemente, exaustão. Aliada a esse fato, esses profissionais se deparam com situações que eliminam o prazer de qualquer trabalhador exercer a sua função: as escolas, em geral, estão em péssimas condições de trabalho e o excessivo número de alunos nas salas de aula compromete o ensino-aprendizagem. Todos esses fatores provocam o adoecimento e, muitas vezes, o afastamento da docência.

    Mesmo com as lacunas ainda existentes na política de universalização de um ensino de qualidade, as possibilidades para mudar essa realidade são concretas. Os educadores acreditam e lutam para que sejam adotadas políticas públicas que promovam a qualidade da educação com mais investimento, garantindo o aumento de verbas para esse setor.

    No Município do Salvador, o cenário não é diferente dos outros Estados e Municípios. São inúmeras as denúncias oriundas da APLB-Sindicato em parceria com a comunidade escolar a respeito das escolas que não funcionam ou da precariedade das condições de tantas outras, que geram manifestações de desagrado: a constante falta de água; o costumeiro corte da energia elétrica; as crianças que não bebem água já que os bebedouros estão quebrados; a falta de segurança; o rodízio de turmas motivado pela insuficiência de carteiras para a quantidade de alunos; os parcos instrumentos de tecnologia para auxiliar os professores na sua prática em sala de aula; a carência de material escolar; o atraso ou o não envio às escolas dos produtos necessários ao preparo da merenda, alimento importante para um melhor rendimento escolar dos alunos, os atrasos do pagamento dos salários dos terceirizados para a realização das atividades-meio, tornando difícil o pleno funcionamento das escolas. Mais absurdo é a não convocação dos professores e coordenadores pedagógicos concursados quando há vagas na rede, deixando crianças em casa, sem estudar, ou indo à escola dia sim, dia não. Essa é a realidade das muitas escolas da nossa rede!

    Está preconizado nos Parâmetros Curriculares Nacionais que é necessário o “esforço diário de fazer com que as crianças dominem os conhecimentos de que necessitam para crescerem como cidadãos plenamente reconhecidos e conscientes de seu papel em nossa sociedade”.

    Os profissionais da educação do Município do Salvador, ao tempo em que manifestam o seu inconformismo com a falta de prioridade para a educação e a desvalorização profissional, reafirmam o compromisso de continuar na luta por uma educação pública, laica, de qualidade e do resgate da valorização, pelo seu direito a um salário justo, ao espaço de formação e a uma carreira decente, enfim, pelo respeito como sujeitos de transformação.

    Assim sendo, os educadores reafirmam as suas principais reivindicações:

    • Destinação de 10 % do PIB

    • Destinação de 100% dos royalties do petróleo para a educação

    • Plano Nacional de Educação

    • Manutenção do Piso Salarial Profissional Nacional

    • Reserva da jornada de trabalho, conforme a Lei 11.738/2008;

    • Manutenção da estrutura da tabela salarial

    • Reajuste salarial no percentual de 10%

    • Condições dignas de Trabalho

    • Assistência à saúde para os educadores

    • Convocação e nomeação imediata dos professores e coordenadores pedagógicos concursados

    Salvador, 23 de Abril de 2013.

    APLB-SINDICATO

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MANIFESTO DOS EDUCADORES MUNICIPAIS À POPULAÇÃO

Nos dias 23, 24 e 25 a educação no Brasil parou! A greve nacional é justa porque os educadores estão na luta por educação pública de qualidade para os filhos do povo, os filhos dos trabalhadores. Entendemos que para a educação ter a qualidade desejada é necessário mais investimento no setor, aumentando os recursos e aprovando o Plano Nacional de Educação. Por isso, os educadores brasileiros reivindicam a destinação de 10% do PIB e 100% dos royalties do petróleo para a educação pública. Só assim, teremos mais verba para melhorar a qualidade da educação, valorizar os professores, pagando salários dignos e garantindo a reserva da jornada de trabalho para o estudo e o aperfeiçoamento.

No município do Salvador, os problemas da educação são graves e diversos! Encontramos escolas sem as mínimas condições de funcionamento, sem carteiras para os alunos e professores, constante falta de água e energia, bebedouros quebrados, ausência de material escolar, falta de professores e coordenadores pedagógicos, além do não envio dos produtos para confeccionar a merenda.

Por isso, nós, educadores, estamos hoje nesta Praça chamando a atenção da população e denunciando a real situação da educação no nosso município, ao tempo em que, pedimos o apoio de todos para, juntos, exigirmos do prefeito de Salvador providências urgentes, no sentido de solucionar os graves problemas que atravessa a educação no nosso município.

A categoria encontra-se, nesse momento, em campanha salarial. Assim, reivindicamos;

• Destinação de 10 % do PIB e 100% dos royalties para a educação

• Aprovação do Plano Nacional de Educação

• Manutenção do Piso Salarial Profissional Nacional

• Reserva da jornada de trabalho;

• Manutenção da estrutura da tabela salarial;

• Reajuste salarial no percentual de 10%;

• Condições dignas de trabalho;

• Convocação e nomeação imediata dos professores e coordenadores pedagógicos concursados;

ESSA LUTA É MINHA, É SUA É NOSSA!

APLB-SINDICATO

 

 

 

 

 

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