“Trabalhador não pode ser penalizado em função da má gestão do município”, diz diretor da APLB em audiência sobre Previdência

“Trabalhador não pode ser penalizado em função da má gestão do município”, diz diretor da APLB em audiência sobre Previdência

Dirigentes da APLB-SINDICATO participaram hoje (13) da audiência pública “A Previdência do Servidor Municipal e o Projeto de Reforma”. O evento, promovido pela Câmara Municipal de Salvador (CMS), ocorreu na sala 1 do cinema Glauber Rocha, com a presença do secretário Municipal de Gestão, Thiago Dantas.

 

 

“Os trabalhadores entendem que o princípio utilizado para promover a reforma está equivocado. Não dá para o trabalhador(a), que não tem inadimplência, ser penalizado no contrato de Previdência em função da má gestão do município. Enquanto representantes dos trabalhadores, estamos estudando o projeto e propondo alterações, a fim de minimizar os danos ao servidor(a), que serão muitos, se o texto for aprovado da maneira que está”, disse Marcos Barreto, diretor da APLB.

 

De acordo o dirigente, ontem (12) o sindicato reuniu Representantes de Escola para discutir a reforma e construir, com a categoria, uma proposta alternativa.

 

“A APLB realizou reunião de representantes, onde surgiram complementos à proposta. Ficou decidido que vamos realizar assembleias, a primeira delas, nesta terça-feira (17), para que as categorias aprovem as alterações que fizemos ao texto”, informou.

 

Para as entidades que representam os funcionários públicos da capital, o executivo municipal precisa debater amplamente e adequar o projeto às necessidade desses trabalhadores. Entre os prejuízos apontados pelos sindicalistas estão o aumento, de 11% para 14%, na contribuição previdenciária que os servidores ativos terão de pagar, a taxação, em 14%, para os inativos que ganham a partir de quatro salários mínimos, além do aumento da idade mínima para se aposentar.

 

 

“O que ficou claro aqui nesta audiência, é que há a necessidade da gestão alterar esse projeto.  Conversamos com o secretário, pedimos uma reunião para apresentarmos nossas demandas, preocupações, para dialogar, no sentido de alterar esse projeto de lei. A APLB está consultando  a categoria, em unidade com os servidores, buscando, junto aos poderes, as mudanças necessárias”, disse Elza Melo, diretora de Administração do sindicato.

 

Déficit

Para a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), o rombo da previdência municipal alegado pelo governo não convence.

“Ficou evidente nesse debate que precisamos conhecer mais sobre esse alegado déficit que a prefeitura diz ter, mas não conseguiu comprovar. Então, antes de discutir o projeto, precisamos identificar o que provocou essa dívida e quais são as alternativas para resolvê-la. Falta transparência. Pedimos que no próximo debate eles tragam esses números. Não podemos simplesmente repetir o que o governo federal e do estado fizeram, implantando uma reforma que retirou direitos e benefícios do servidor. O trabalhador público não pode ser bode expiatório da crise que está em curso”, disse a parlamentar.

Por sua vez, Thiago Dantas respondeu às críticas dizendo que a gestão municipal estará aberta ao diálogo com as entidades. “O debate é fundamental. Várias questões importantes foram citadas. Dessas provocações feitas aqui, certamente sairão ideias que vão permitir aperfeiçoar esse projeto”, disse o secretário.

 

Agenda

A reunião com representantes de escola promovida pela APLB deliberou a realização de assembleia, na terça-feira (17), às 13h, no Ginásio dos Bancários.  Após, haverá um ato contra a reforma da Previdência Municipal na CMS, a partir das 14h30.

Fotos: Getúlio Borba

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